domingo, 1 de janeiro de 2012

O respeito da síndrome do peito seco




É muito freqüente ouvir falar entre os criadores de canários, bicudos, curiós, periquitos australianos e gapornis do “Mal do Peito Seco” ou “Doença do Facão”. Os criadores observam que as aves apesar de se alimentarem bem, vão emagrecendo progressivamente. Ao pagar a ave observa-se um “peito seco”, com pouca usculatura e a quilha do esterno bem saliente. As fezes podem mudar de cor e de consistência. Dentro de pouco tempo o animal não fica mais no poleiro, se mantém “encorujado” no canto da gaiola e chega a morrer.
As causas do “peito seco” ainda estão sendo estudadas pois várias doenças apresentam uma sintomatologia semelhante, como por exemplo coccidiose, verminose, infecções ou megabactérias. O tratamento deverá ser específico e ser realizado somente após um diagnóstico correto.
Muitos criadores tem o hábito de usar vários medicamentos nacionais ou importados de forma indiscriminada sem conhecer a função do medicamento nem a doença existente no plantel. Este hábito além de mascarar a doença, pode induzir a resistência dos microorganismos a diversos medicamentos, que não serão mais eficientes, dificultando o trabalho do médico veterinário. Vários remédios são contra-indicados em algumas espécies de aves e devem sempre serem utilizados em dosagens adequadas. Uma dose superior poderá intoxicar o animal e até levar a morte. Por outro lado uma dose inferior a recomendada poderá não fazer efeito desejado, ou até piorar o quadro do animal.
No mercado atualmente existem alguns remédios que são vendidos com a finalidade de combater o “Mal do Peito Seco”, porém nem sempre funcionam, pois inicialmente precisa-se descobrir a etiologia que está afetando esta ave. Só deve utilizar medicamentos sob orientação de um médico veterinário especializado.
Há aproximadamente 12 anos a Profa Karin (docente do Departamento de Patologia Veterinária da UNESP) tem dedicado mais tempo ao estudo desta importante doença. Para poder realizar esta pesquisa tem contato com a indispensável ajuda e apoio de vários criadores de Jaboticabal e também da região, que gentilmente doaram e encaminharam aves doentes ou que vieram a óbito com os sintomas da “doença do peito seco”. Só com estas colaborações foi possível estudar as alterações que a doença causa no animal vivo, testar técnicas de diagnósticos e estudar remédios para tratar os animais. Já nos animais mortos pode-se estudar as lesões e diagnosticar os agentes envolvidos e responsáveis pelas lesões.
Um total de 31 aves com sintomatologia de “peito seco” foram doadas para estudo. Nas necropsias verificou-se a causa da morte. Em alguns casos observou-se apenas uma doença, em outros casos diagnosticou-se duas ou mais doenças atuando concomitantemente.

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